Atrasos no pagamento de médicos geram revolta e expõem crise na gestão da saúde em Ourinhos

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Ourinhos (SP) enfrenta uma situação delicada na área da saúde, após médicos que atuam na rede municipal denunciarem atrasos recorrentes nos pagamentos pelos serviços prestados. As reclamações vieram a público por meio de mensagens e conversas em aplicativos, que passaram a circular nas redes sociais, revelando insatisfação, insegurança financeira e temor de prejuízos ao atendimento da população.

De acordo com os profissionais, há valores em aberto referentes aos meses de outubro e novembro, além de incertezas quanto aos pagamentos de dezembro. Em uma das mensagens, médicos relatam ser “triste e revoltante” ver outros setores receberem normalmente salários e 13º, enquanto a categoria enfrenta dificuldades para honrar compromissos básicos, justamente às vésperas do Natal.

Conversas expõem dificuldades e tensão

Nas conversas atribuídas ao secretário municipal de Saúde, Diego Singolani, ex-prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo, o gestor reconhece problemas financeiros e de fluxo de caixa. Em uma das mensagens, ele afirma que “no momento foi o que conseguimos com a Secretaria de Finanças” e que o fim de ano está conturbado para a administração.

Em outro trecho, o secretário declara estar “buscando soluções todos os dias” e diz que o objetivo é evitar a saída de médicos das escalas, admitindo dificuldades para manter os profissionais diante do cenário financeiro. As mensagens, porém, foram interpretadas por médicos como sinal de fragilidade administrativa e falta de previsibilidade.

Reivindicações e temor de prejuízo à população

Os profissionais cobram uma regularização imediata dos pagamentos, destacando que a proposta de quitar apenas parte dos valores devidos, sem cronograma definido para o restante, é considerada inaceitável. “O correto e digno é pagar outubro e novembro já”, diz uma das mensagens atribuídas a médicos da rede.

Há também temor de retaliações e de possíveis desligamentos, o que aumenta ainda mais a tensão no ambiente de trabalho. Médicos alertam que a continuidade do problema pode resultar em redução de atendimentos, comprometendo serviços essenciais à população de Ourinhos.

Crise mais ampla na gestão pública

O episódio reforça a percepção de que Ourinhos atravessa uma crise mais ampla na gestão pública, especialmente na saúde, setor sensível que depende da valorização e da estabilidade de seus profissionais. A situação é acompanhada com preocupação por entidades da área e pela população, que teme impactos diretos no atendimento médico.

Até o momento, não houve um posicionamento oficial detalhado da Prefeitura de Ourinhos com um calendário definitivo de pagamentos. Os médicos afirmam que seguem mobilizados e aguardam uma solução concreta, enquanto a cidade observa, apreensiva, os desdobramentos de mais um capítulo de instabilidade administrativa.

Nossa reportagem tentou contato com o secretário municipal de Saúde de Ourinhos, Diego Singolani, para esclarecimentos sobre os atrasos nos pagamentos dos médicos e sobre o conteúdo das mensagens que circulam nas redes sociais. As ligações não foram atendidas e, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.

O espaço segue aberto para manifestação da Secretaria de Saúde e da Prefeitura de Ourinhos, caso queiram se pronunciar oficialmente sobre o caso.

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