Diretor Técnico da Santa Casa Esclarece Afastamento do Dr. Willian da Coordenação do Pronto-Socorro

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Diretor Técnico da Santa Casa Esclarece Afastamento do Dr. Willian da Coordenação do Pronto-Socorro

Santa Cruz do Rio Pardo (SP) — Diante da repercussão provocada pela notícia sobre o afastamento do Dr. Willian Mosquin Simões da coordenação do Pronto-Socorro da Santa Casa local, o diretor técnico da instituição, Dr. Reinaldo de Britto Costa Sobrinho, emitiu uma nota oficial para esclarecer os motivos que levaram à decisão.

Segundo Dr. Reinaldo, o afastamento se limitou exclusivamente à função de coordenador do Pronto-Socorro, não afetando os demais vínculos profissionais do médico com a Santa Casa e o Ambulatório de Especialidades. Ele ressaltou que a decisão foi tomada com base em critérios técnicos e de desempenho, destacando que a dedicação exigida para o cargo não estava sendo plenamente atendida.

O comunicado enfatiza que o exercício da coordenação demanda presença contínua, comprometimento integral e capacidade de gestão diante de situações complexas, como a falta de leitos em UTI e a alta demanda de atendimentos. A nota também cita a interferência de agentes políticos, apontados como fomentadores de conflitos entre pacientes e profissionais de saúde, o que teria agravado o ambiente de trabalho na unidade.

Ainda de acordo com o documento, o histórico do médico foi levado em consideração. Dr. Reinaldo reconhece a sólida formação de Dr. Willian pela Faculdade de Medicina da USP e seu comprometimento ao aceitar, anteriormente, permanecer no cargo após ter deixado a direção da UPA. No entanto, a continuidade dos problemas levou à substituição.

Para ocupar a coordenação do Pronto-Socorro, foi convidado o médico urologista e cirurgião geral Dr. Clélio Zanoni Filho, que já iniciou suas atividades na função.

Encerrando a nota, Dr. Reinaldo afirmou que a Santa Casa vive um período de transição e que mudanças estruturais e administrativas estão sendo implementadas para elevar a qualidade no atendimento às urgências e emergências. Ele reforça que a instituição deve permanecer acima de interesses pessoais ou políticos: “Pessoas passam, a Instituição fica.”

Leia a nota na íntegra

Santa Cruz do Rio Pardo, 23 de junho de 2025.
Nota de esclarecimento.
Em resposta a matéria veiculada recentemente no IBTV sobre o afastamento do Dr. Willian Mosquin Simões da coordenação do Pronto-Socorro da Santa Casa, venho através desta, como Diretor Técnico da Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo, esclarecer alguns pontos:
– Primeiramente, é preciso dizer que o Dr. Willian foi afastado somente da coordenação do Pronto-Socorro. E quando isso foi feito, eu o comuniquei pessoalmente e lhe expliquei o motivo dessa atitude, que nada tem a ver com política partidária (da qual não participo e nunca participei).
– O motivo do desligamento foi que sua dedicação ficou aquém da expectativa que a administração tem para o exercício desse cargo específico.
– Em nenhum momento se pensou em prejudicá-lo nas outras funções que exerce tanto na Santa Casa quanto no Ambulatório de Especialidades, não havendo nenhum motivo para isso.
– Ninguém sabe melhor do que o Dr. Otacílio e eu, ambos veteranos formados na mesma Faculdade de Medicina da USP, Dr. Otacílio em 1.978 e eu em 1.989 onde o Dr. William se formou em 2.012, para saber sobre sua boa formação e avalizá-lo para ocupar o cargo de Diretor de Pronto-Socorro.
Entretanto, boa formação técnica é um atributo fundamental, mas não exclusivo para o bom desempenho desse cargo. É necessária dedicação diuturna, estar presente sempre que necessário e disponibilidade 24 hs por dia. Precisa vestir a camisa, a fim de resolver as mais variadas intercorrências que ocorrem na unidade de emergência, que vão desde casos graves nos quais o plantonista, geralmente um médico mais jovem e menos experiente, necessita de ajuda, até situações críticas de falta de vagas em UTIs e excesso de demanda de trabalho. Isso sem falar nas perturbações da ordem que ocorrem no Pronto-Socorro motivadas por agentes políticos que aproveitando das dificuldades que vivemos neste local, as usam para insuflar pacientes contra médicos e contra a Instituição, a fim de obter ganhos políticos de moral duvidosa, satisfazendo a interesses inconfessáveis; subvertendo a ordem necessária ao bom andamento das atividades e retirando a paz e a tranquilidade de quem ali está trabalhando com vidas humanas.
– No início do atual mandato, o Dr. William era diretor das duas unidades de emergência da cidade, a UPA e o Pronto-Socorro da Santa Casa, o que configura um claro erro estratégico de gestão, pois, caso uma das unidades não estivesse cumprindo sua missão a contento, não haveria como o diretor da outra se manifestar, uma vez que ambos os cargos estariam sendo exercidos pelo mesmo profissional. Devido a isso o Dr. Otacílio, em janeiro deste ano, o afastou do cargo de direção da UPA e houve uma conversa franca e aberta com o Dr. William sobre a necessidade de maior tempo de dedicação e disponibilidade para o Pronto-Socorro, com o que ele concordou, permanecendo no cargo, inclusive a meu pedido.
– Infelizmente, passados mais de quatro meses, os problemas permaneceram e não houve outra alternativa a não ser trocar a direção do pronto-socorro.
– Os critérios adotados foram exclusivamente técnicos, nada tendo a ver com perseguição política e a mudança de direção do Pronto-Socorro foi apenas uma, dentre outras medidas que estão sendo tomadas para melhorar o atendimento às urgências e emergências.
– Para ocupar o cargo vago foi convidado o Dr. Clélio Zanoni Filho, também médico urologista e cirurgião geral plenamente capacitado, o qual dispensa apresentações e que prontamente aceitou o convite e já iniciou suas atividades.
A Santa Casa vive um momento de profundas transformações. É preciso coragem e dedicação para abordar problemas crônicos de difícil resolução e é isso que estamos tentando fazer. O fim da intervenção municipal que se aproxima é uma grande oportunidade para a sociedade civil se reaproximar do hospital, que é da coletividade. Sob esse telhado se abrigam os ricos, os remediados, os pobres e principalmente os que nada tem. Todos precisam de cuidados e aqui isso é oferecido indistintamente. Santa Cruz do Rio Pardo, pelo seu porte econômico e sua renda per capita poderia ter um hospital muito melhor. Para isso é necessária credibilidade, obtida através de honestidade absoluta, trabalho duro e incansável, persistência e resiliência. É preciso deixar a vaidade e os privilégios de lado. O hospital é uma instituição perene. Não deve haver personalismos extremos. Pessoas passam, a Instituição fica. E todos nós e nossos descendentes ainda vamos precisar dela.
Enquanto Diretor Técnico estarei sempre à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas envolvendo o hospital, sendo minha missão zelar para que os médicos tenham todas as condições para desenvolver adequadamente seus trabalhos e a população possa ser bem atendida.
Atenciosamente,
Dr. Reinaldo de Britto Costa Sobrinho
CRM 65.074

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