Homem acusado de matar mulher grávida vai a júri popular nesta sexta em Santa Cruz do Rio Pardo

Reportagem: Doni de Oliveira
Será realizado nesta sexta-feira (19), no Fórum de Santa Cruz do Rio Pardo, o julgamento de Wyller Alves Pedrão, acusado de assassinar Franciele Camilo, de 39 anos, grávida de sete meses, em abril de 2023. O caso, que chocou a região, será levado a júri popular e mobiliza a cidade pela gravidade e crueldade do crime.
Franciele foi morta com um tiro na cabeça enquanto dormia, em sua residência na Rua Manoel Severino Martins, entre os bairros Vila São Judas Tadeu e Santa Aureliana. Apesar da tragédia, o bebê sobreviveu ao parto prematuro e hoje vive sob os cuidados da família da vítima.
As investigações apontaram que Wyller e Franciele mantinham um relacionamento extraconjugal. A gravidez teria sido o ponto de ruptura: o acusado, temendo que a gestação ameaçasse seu casamento, decidiu executar a vítima. Na noite do crime, câmeras de monitoramento registraram que o réu passou diversas vezes em frente à casa de Franciele, antes de realizar o disparo fatal.
A arma utilizada, uma espingarda de pressão adaptada para calibre .22, foi encontrada em uma área rural, dentro de uma sacola que também continha um exame médico em nome da vítima. O detalhe reforçou o vínculo direto entre o crime e o acusado.
Mensagens de celular revelaram o comportamento ciumento e agressivo de Wyller, além de seu conhecimento sobre a rotina da vítima — como o hábito de deixar a janela do quarto aberta. A perícia concluiu que o disparo foi feito de cima para baixo, exatamente pela abertura da janela.
A prisão do acusado ocorreu em São Pedro do Turvo, em uma operação simbólica conduzida apenas por mulheres da Polícia Civil, em resposta à natureza do crime. Além da arma, foram apreendidos celulares e o veículo utilizado por Wyller na noite do feminicídio. Familiares e amigos de Franciele esperam que a Justiça reconheça a brutalidade do ato e responsabilize o acusado pelo feminicídio.

Franciele Camilo, assassinada aos 39 anos, foi lembrada por familiares como uma mulher alegre e batalhadora, cuja vida foi interrompida de forma cruel. O bebê, que sobreviveu à violência, hoje simboliza esperança para a família que luta por justiça.