Investigação Aprofunda sobre Ataques Cibernéticos no Sistema do Governo Federal

PF e Abin Analisam Invasões ao SEI Multiórgão e Maior Número de Incidentes em Seis Meses

A Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão investigando um possível ataque cibernético ao Sistema Eletrônico de Informação (SEI) Multiórgão, que serve a nove ministérios, à Casa da Moeda e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O SEI, desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), é fundamental para a gestão eletrônica de processos administrativos de diversas pastas governamentais. O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) emitiu um alerta interno na terça-feira (23), informando sobre um “incidente grave de segurança cibernética” que afetou o sistema a partir das 11h.

O boletim interno do MGI destacou que as equipes estão trabalhando para garantir a integridade dos dados, mas ainda não há uma previsão para a conclusão dos reparos. O ministério orientou os funcionários a buscar soluções alternativas para evitar a paralisação de processos urgentes e a relatar qualquer problema com o acesso à internet. O incidente, segundo o MGI, afetou exclusivamente o SEI Multiórgão e algumas funcionalidades do Processo Eletrônico Nacional, não impactando o SEI de outros órgãos ou os serviços oferecidos pelo gov.br.

A PF, através da Diretoria de Crimes Cibernéticos, está acompanhando o caso e fornecendo orientações ao MGI, embora ainda não tenha instaurado procedimentos formais sobre o ataque. Este é o segundo incidente significativo deste ano, após um ataque em abril ao Siafi, o sistema de administração financeira do governo, onde hackers tentaram movimentar cerca de R$ 9 milhões do orçamento do MGI. O Tesouro Nacional reforçou a segurança do sistema, incluindo checagens rigorosas dos usuários habilitados.

O aumento nos incidentes cibernéticos é alarmante, com o Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos (CTIR) registrando 4,7 mil ocorrências apenas até 1º de julho de 2024. Esse número é mais do que o dobro do registrado em 2023 e supera os 4,4 mil incidentes registrados no mesmo período de 2020.