Prefeitura de Santa Cruz nega ambulância para idosa com câncer; suspeita de perseguição política

A Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo tem enfrentado críticas após a negativa de transporte de uma paciente de 72 anos, diagnosticada com câncer em estágio avançado. A senhora é mãe de uma ex-secretária da gestão do ex-prefeito Diego Singolani, estava sendo atendida com suporte da Secretaria de Saúde para deslocamentos às sessões de quimioterapia em Ourinhos, mas teve o serviço recentemente suspenso. A situação levanta suspeitas de perseguição política.
Histórico do Caso
Desde março de 2024, a idosa realizava tratamento oncológico em Ourinhos, cidade mais próxima de sua residência, com suporte inicial tanto da rede pública quanto do plano de saúde Unimed. Apesar de ter sido avaliada no Hospital Amaral Carvalho, referência em oncologia, a escolha pelo tratamento em Ourinhos foi feita pela proximidade e autorização do plano, considerando o delicado estado de saúde da paciente e os deslocamentos frequentes.
Até então, a Secretaria Municipal de Saúde fornecia transporte para as consultas e sessões de quimioterapia. No entanto, recentemente, o serviço foi suspenso, sob a alegação de que o tratamento ocorre na rede privada, o que, segundo a justificativa oficial, desobriga o município de arcar com esse tipo de deslocamento.
Parecer Favorável Ignorado
A decisão da Secretaria de Saúde contraria um parecer favorável emitido pela Assistente Social do município, que reconheceu a condição de hipossuficiência da família e a necessidade de assistência pública para garantir a continuidade do tratamento. A negativa também desconsidera o suporte previamente garantido, o que provocou indignação e alerta sobre a possível violação de direitos fundamentais.
Contexto Financeiro e Repercussão
A família da paciente alega que o plano de saúde Unimed que ela possui é antigo e limitado, não oferecendo transporte para tratamentos. Esse apoio, segundo os familiares, deveria ser assegurado pelo poder público, conforme os princípios constitucionais de acesso universal à saúde, além do Estatuto do Idoso, que garante prioridade no atendimento de pessoas em condições de vulnerabilidade.
A suspensão do transporte gerou questionamentos sobre motivações políticas, considerando o vínculo da filha da paciente com a gestão do ex-prefeito Diego Singolani. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e será levado a discussão na próxima sessão da câmara municipal.
Pedido de Reconsideração
A família reforça a importância de retomar o transporte como medida essencial para a continuidade do tratamento da idosa ressaltando que a saúde não pode ser comprometida por questões políticas ou burocráticas. A expectativa agora é que o município repense sua decisão, garantindo a assistência necessária e evitando maiores prejuízos à saúde da paciente.